Algumas coincidências marcaram as copas alemãs. Uma delas é a notável vocação de serem copas de estréia para muitas seleções. Em 1974, debutaram a Austrália, o Haiti, a Alemanha Oriental - pela primeira e única vez - e o Zaire, protagonista de vários fatos pitorescos, como a goleada de 9x0 que sofreu diante da Yugoslávia, que foi, até 1982, o placar mais dilatado anotado em uma copa. Além disso, a seleção africana ficou marcada pelo bizarro protesto do zagueiro Ilunga Mwempu que, no jogo contra o Brasil, chutou para longe uma falta que deveria ser cobrada pela equipe canarinho. O mesmo Mwempu que havia desferido um pontapé no árbitro colombiano Omar Delgado Gómez no jogo contra os yugoslavos. O juiz, confuso, expulsou outro jogador, Mulamba Ndaye, apesar de Mwempu assumir a responsabilidade pelo lance.
O Brasil, em um momento de transição, capitaneado pelos já cansados Jairzinho e Rivellino e ainda treinado por Zagallo, passou em segundo lugar em seu grupo, atrás dos yugoslavos, depois de dois empates em 0x0 e de uma vitória sobre o fragílimo Zaire. Conseguiu ainda duas vitórias na segunda fase, sobre a Alemanha Oriental - que havia derrotado surpreendentemente os irmãos ocidentais na primeira fase - e sobre a Argentina. Contudo, no dia 3 de julho o Brasil encontraria o destino na cidade de Dortmund. Em um jogo violentíssimo, os brasileiros caíram inapelavelmente diante da máquina holandesa que assombrava o mundo. Rinus Michels, o técnico, montou um time que se movimentava de uma forma que desafiava a lógica. Todos atacavam, todos defendiam. Resenbrink, Neeskens, Rep e um mágico Johan Cruyff compuseram um time infernal, que a história apelidou de carrossel holandês, ou laranja mecânica.
O fato é que nem sempre o futebol é justo e coube mais uma vez aos aplicados alemães consolidar uma injustiça na final de uma copa do mundo, vinte anos depois que o time de Fritz Walter derrotou a magnífica Hungria de Puskás, na Suíça. Não que a Alemanha de Beckenbauer, Gerd Müller e Sepp Maier fosse um time ruim. Nem de longe. Não foram poucos os desafios pelos quais passaram, incluindo entre eles a formidável Polônia de Lato, Zmuda e Szarmach. Mas ninguém mesmo esperava que a Holanda, o time mais imbatível que jamais perdeu uma copa, fosse perder aquela final, iniciando então uma maldição que os acompanha até hoje.
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Abaixo, os grupos da copa.
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