domingo, 27 de julho de 2008

O vingador centenário

"Torcidas, as haverá mais numerosas, mas nenhum séquito futebolístico brasileiro se compara ao do Clube Atlético Mineiro em mística apaixonada, em anedótario heróico, em poesia acumulada ao longo dos anos. "A Massa", como é simplesmente conhecida em Minas Gerais, compartilha com a torcida corinthiana ("A Fiel") a honra de deixar-se conhecer com um substantivo ou adjetivo comum transformado em nome próprio, inconfundível. A Fiel, A Massa: poucas outras torcidas terão realizado tal operação de mutação de um nome comum em nome próprio.(...) No caso do atleticano, a alma do time não é senão a alma da torcida. Toda a mística da camisa, das vitórias sobre times tecnicamente superiores (e também das derrotas trágicas e traumáticas), emana da épica, das legendárias histórias que nutre sua apaixonada torcida: nem o Urubu, nem o Porco, nem o Peixe, nem a Raposa, nem o Leão, nem nenhum animal mascote se confunde com o nome do time, com sua identidade, com sua alma mesma, como o Galo com o Atlético Mineiro. E Galo é o nome da torcida (GA-LO), bíssilabo cantável e entoável como grito de guerra que ela eternizou ao encarnar em si o espírito do animal. Nenhum outro time é conhecido por tantas vitórias improváveis só conquistadas porque a Massa empurrou.(...)"

Este texto, extraido do post A Mística da Massa, (vale a pena lê-lo na íntegra) do nobre atleticano e apaixonado por futebol Idelber Avellar, é uma amostra da paixão que embala a torcida do Atlético Mineiro por seu time. O clube comemora, este ano, seu centenário, mas, seguindo a tradição de muitos clubes centenários nos últimos anos (à exceção talvez, apenas do Vasco), vem fazendo péssima figura nas competições que disputa. Não obstante, é um time popularíssimo, de grande torcida e amado pelos mais diversos cantos do Brasil.

E para iniciar a semana do Galo, uma homenagem à uma de suas maiores conquistas: o título brasileiro de 1971. O texto abaixo é também do Idelber.

"Botafogo 0 x 1 Atlético-MG. Maracanã. Jogo final do Brasileirão de 1971. Na euforia do tri, o Brasil organiza seu primeiro campeonato nacional, com vários favoritos: o Santos de Pelé, o Cruzeiro de Tostão, o Botafogo de Jairzinho, o Palmeiras de Ademir da Guia, o São Paulo de Gérson. Sem um único craque, o Galo de Dadá conquista o título. Obra pessoalíssima de Telê Santana. "

Atlético-MG x Botafogo 1971 - Cartela de escudinhos (PDF)
Atlético-MG x Botafogo 1971 - Cartela de escudinhos (PNG)
Atlético-MG x Botafogo 1971 - Youtube

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