quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Jogos Inesquecíveis: Brasil em Copas (2ª parte)

Mais três jogos inesquecíveis para a gente lembrar da participação brasileira nas Copas do Mundo. Hoje, duas importantes vitórias e uma derrota marcante para vocês curtirem e relembrarem.

1954 - Na primeira copa em que o Brasil utilizou a camisa amarela que faria história no mundo do futebol, a camisa que encantava o mundo, na verdade, era a vermelha dos mágicos magiares, a fabulosa seleção húngara que já assombrara o mundo desde o ano anterior, ao derrotar a poderosa Inglaterra pela primeira vez em Wembley. Pois foi sem seu maior ídolo, Puskás, que os húngaros enfrentaram o Brasil nas quartas de final da copa da Suíça. O jogo, que por sua violência ficou conhecido como a batalha de Berna, acabou com um saldo até pequeno de expulsões - apenas duas. Isso não diz o que foi aquela cruenta partida, em que o Brasil foi eliminado da competição, após perder por 4x2. A Hungria, como é sabido, venceria o Uruguai campeão do mundo em uma emocionante semi-final e partiria para encontrar sua nêmesis - a Alemanha de Fritz Walter - na dramática final que sepultou um dos maiores times da história.

Brasil x Hungria 1954 - (PDF) (PNG)


1982 - A seleção de Telê Santana chegara à Espanha, em 1982, envolta em um misto de descrença e esperança. A derrota no mundialito do Uruguai um ano antes, tinha sido um duro golpe na renovação que se dava no time que disputara a copa anterior. Da copa de 78, em campo para a primeira partida, contra a forte União Soviética de Blokhim e Dassaiev, estavam Oscar, Dirceu e Zico, dessa vez titular absoluto do meio campo. E a partida começou mal, muito mal. Nervoso e desestruturado em campo, o Brasil cedeu espaços e aos 34 min, o jogador soviético Bal acertou um chute que o goleiro Valdir Peres - em um frango histórico - não conseguiu segurar. No segundo tempo, porém, a seleção começaria a mostrar um bom futebol. A partir daí, até o desastre do Sarriá, os brasileiros apresentaram um jogo encantador, mágico, vistoso e acima de tudo efetivo. O Brasil virou o jogo, com dois arrepiantes golaços de Sócrates e Éder em que o fabuloso goleiro Rinat Dassaiev nada pode fazer.

Brasil x URSS 1982 - (PDF) (PNG)


2002 - O meio campista Ronaldinho Gaúcho, eleito melhor jogador do mundo e ídolo em times como o Barcelona e o Milan, teve poucos momentos de brilho na seleção brasileira, apesar de seu incrível talento com a bola. Em jogos esporádicos, de eliminatórias e copas América, Ronaldinho brilhou, mas jamais foi, com a amarelinha, o craque infernal que era nos clubes. Entre os poucos jogos em que ele teve uma atuação verdadeiramente de gala na seleção, o mais importante, sem dúvida é o das quartas-de-final contra a Inglaterra, na copa de 2002. No mais tenso dos jogos brasileiros naquela copa, o camisa 11 brilhou fazendo a jogada do gol de Rivaldo - o de empate, pois os britânicos haviam saído na frente - e depois fazendo o gol da vitória numa cobrança de falta magistral que deixou abismados os torcedores e humilhado o goleiro inglês Seaman. Ronaldinho ainda teve tempo de ser expulso de campo por uma jogada faltosa, mas retornou para a partida final contra a Alemanha para comemorar o penta conquistado pela famiglia Scolari.

Brasil x Inglaterra 2002 - (PDF) (PNG)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Jogos Inesquecíveis: Brasil em Copas (1ª parte)

Esta semana é didicada à nossa seleção canarinho, como haverá, até o início da Copa de 2010, outras semanas dedicadas a seleções que também conquistaram o título do mundo. Hoje, as três finais brasileiras que faltavam em nosso blog, já que as cartelas das conquistas de 1958 e 2002 já haviam sido publicadas.

1962 - O Brasil veio para a copa realizada no Chile com a mesma base da copa anterior - a da Suécia, onde havia sido campeão - mas com um desfalque de proporções reais: Pelé, machucado, ficou fora do torneio. Amarildo, o jogador chamado para substituí-lo, contudo, fez uma copa irrepreensível, com uma raça que justificava seu apelido: o possesso. Além do mais, o Brasil tinha Garrincha em estado de graça, melhor ainda que em 1958. Não foi possível parar a seleção de Mauro, Vavá, Zagallo e Nilton Santos. À briosa Tchecoslováquia, no final, só restou assistir ao passeio e amargar outro vice-campeonato. O Brasil era bi.

Brasil x Tchecoslováquia 1962 - (PDF) (PNG)


1970 - A máquina montada por João Saldanha e comandada finalmente por Zagallo chegara ao final da copa de 1970. A adversária era a Itália, que derrotara a Alemanha em uma semi-final dramática, chamada até hoje por alemães e italianos de o jogo do século. O Brasil saiu na frente com um gol de Pelé, mas Bonisegna empatou logo em seguida. O que parecia que ia ser um jogo tenso e marcado, contudo, transformou-se na mais arrepiante aula de futebol que se tem lembrança na história do esporte. No dia 21 de junho de 70, o gigantesco Estádio Azteca presenciou um jogo legendário, mitológico, que acabou - depois de dois gols, de Gérson e Jairzinho - em um dos gols mais fantásticos de todos os tempos, onde o capitão Carlos Alberto Torres sepultava, depois de uma jogada absolutamente fabulosa de Clodoaldo, Rivelino, Jairzinho e Pelé, os sonhos do tricampeonato da squadra azurra. Era o Brasil quem levantaria a taça do tri.

Brasil x Itália 1970 - (PDF) (PNG)


1994 - Contestada do início ao fim, antes e depois de sua conquista, a equipe comandada por Carlos Alberto Parreira e capitaneada por Dunga, causou, na visão de muitos estudiosos do esporte, mais malefícios que benefícios ao futebol brasileiro. Contudo, para a torcida brasileira, poucas vezes uma seleção causou tanto furor, tanto fervor. Era o primeiro título da era da mega transmissão futebolística. As frustrações que vinham desde 1974 acabaram por tornar a conquista do tetra um marco na história do time. A copa de 1994 foi dura, difícil, tensa até o último momento da final por pênaltis contra - novamente - a Itália. Mas a geração de Bebeto, Romário, Dunga e Taffarell deixou imagens e gols inesquecíveis para toda uma geração ávida por uma vitória que demorou vinte e quatro anos para chegar.

Brasil x Itália 1994 - (PDF) (PNG)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Jogos Inesquecíveis: Mundialito do Uruguai (Final)

Chegamos ao dia 10 de janeiro de 1981. O estádio Centenário recebeu Brasil e Uruguai para a decisão do Mundialito. Não havia como negar que a torcida brasileira estava eufórica com a histórica goleada sobre a Alemanha. Mais que isso, era uma torcida faminta por um título, qualquer título, o que não acontecia há dez anos. O Uruguai parecia apenas um time qualquer e a vitória - com sabor de maracanazo para os donos da casa - era coisa que parecia líquida e certa. Mas a camisa celeste não pesa tão menos na história que o manto canarinho e os uruguaios jogaram como nunca naquele dia. O Brasil, que não teve uma atuação tão brilhante quanto a do jogo contra os alemães acabaram melancolicamente derrotados. Os gols, ocorridos no segundo tempo, de Barrios, Sócrates e finalmente o gol da vitória, marcado de cabeça pelo artilheiro Victorino, deram a vitória àquele grande time uruguaio que, lamentável e injustamente, acabou fora da copa de 1982, eliminados em pleno Centenário pelo infame Peru de Quiroga e Oblitas, que junto com o Brasil, Chile e Argentina, foram as seleções do continente na Espanha. A frustração da perda do Mundialito pelos brasileiros foi grande para sua torcida. Nada comparável, contudo, à que viria no ano seguinte, num certo estádio Sarriá. Mas isso, é outra história.


Brasil 1x2 Uruguai 1981 (PDF) (PNG)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Jogos Inesquecíveis: Mundialito do Uruguai (2ª parte)

Brasil, Argentina e Alemanha Ocidental faziam o grupo 2 do Mundialito do Uruguai e eram times que se encontravam em fases bem diferentes. A Argentina era a campeã mundial e trazia na bagagem um jogador que começava a assombrar o planeta: Diego Armando Maradona. A Alemanha, campeã seis anos antes, renovava seu elenco que, contudo, não seria o que mostraria toda sua força na Espanha no ano seguinte. O Brasil, por sua vez, vinha de traumáticas campanhas, em 78 e 74. A seleção, contudo, tinha um técnico com idéias arejadas e modernas - Telê Santana e tinha craques que vinham despontando como esperança para a copa que viria no ano seguinte, como Sócrates e Júnior. Poucos sobraram da campanha anterior - Oscar e Batista eram alguns - e várias experiências - como a entrada de Renato e Edevaldo - estavam sendo feitas. No decorrer do torneio, contudo, o time começou a dar mostras do que poderia ser a seleção do ano seguinte e espantou os torcedores com belas atuações. A forte Argentina venceu a Alemanha no primeiro jogo e acabou empatando com o Brasil no segundo. O jogo Brasil e Alemanha, porém, foi um daqueles jogos que até hoje arrepia quem lembra dele. Um magnífico gol de falta de Júnior e uma atuação infernal de Zé Sérgio - possivelmente o último verdadeiro ponta a jogar pela seleção brasileira, serviram para atropelar os tedescos por 4x1 e garantir, no saldo de gols, a ida do Brasil para a final contra os donos da casa.


Argentina 2x1 Alemanha Oc. 1981 (PDF) (PNG)


Brasil 1x1 Argentina 1981 (PDF) (PNG)


Brasil 4x1 Alemanha Oc. 1981 (PDF) (PNG)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Jogos Inesquecíveis: Mundialito do Uruguai (1ª parte)

Bom dia, caros, nobres e queridos leitores. Hoje começa novamente a nossa interminável saga através das cartelas de escudinhos para botões. Como vocês já foram informados, até julho deste ano, estaremos em clima de Copa do Mundo. Serão dezenas de postagens, recheadas de kits de seleções que jogaram nas copas, outras que não participaram e muitos jogos inesquecíveis. Para comemorar nosso retorno, teremos nesta semana um pequenos especial sobre um torneio que muitos aqui lembrarão com carinho, apesar do final infeliz para os brasileiros: o Mundialito do Uruguai, realizado entre dezembro de 1980 e janeiro de 1981.

Em 1980, o Uruguai celebrava os 50 anos da primeira Copa do Mundo, a de 1930, realizada lá mesmo na ex-Província Cisplatina. Para a comemoração desse acontecimento - que fará 80 anos agora em 2010 - o Uruguai convidou para um pequeno torneio, as seleções dos países que haviam conquistado a copa até então. Com exceção da Inglaterra, substituída então pela Holanda, a vice-campeã mundial da época - todos os países aceitaram. O primeiro grupo formou-se com os holandeses, já sem Cruyff, Rep e Resenbrink e na verdade, nem sombra do que fora a laranja mecânica de 74; a Itália - que surpreenderia o mundo um ano depois na Espanha - sem Paolo Rossi mas com um iniciante Franco Baresi junto aos experientes Cabrini e Gentile; e o Uruguai, uma forte seleção de jogadores explêndidos, como o goleiro Rodolfo Rodriguez, o zagueiro Hugo De León e o centroavante Victorino. Com todos os jogos realizados no Estádio Centenário, o Uruguai passou tanto pela Holanda quanto pela Itália pelo placar de 2x0. Como holandeses e italianos acabaram empatando em 1x1, o Uruguai saiu classificado para a final. Com vocês agora, os três jogos do primeiro grupo do Mundialito.


Uruguai 2x0 Holanda 1981 (PDF) (PNG)


Uruguai 2x0 Itália 1981 (PDF) (PNG)


Itália 1x1 Holanda 1981 (PDF) (PNG)