Existe uma lenda que diz que, quando o Brasil vai mal nas eliminatórias para a Copa, ele vai se dar bem na Copa em si. Basta lembrar o sofrimento que foram as eliminatórias das três últimas Copas vencidas pela seleção brasileira. A máquina campeã em 1970 era uma seleção desestruturada nas eliminatórias, e ainda teve seu técnico substituído a força no último momento. A seleção de 2002, penou o diabo, já sob o comando de Luiz Felipe Scolari, para obter, no último jogo contra a Venezuela, a classificação. Contudo, das eliminatórias difíceis, creio que nenhuma supera o drama que a seleção de 1993, comandada por Carlos Alberto Parreira, passou. E hoje, vamos lembrar os dois jogos mais significativos daquela disputa.
La Paz, julho de 1993 - Está certo que jogar no estádio Hernando Siles, na miserável altitude de La Paz não é coisa para fracos. E também está certo que o time da Bolívia que ia jogar contra o Brasil era a melhor seleção que a pátria de Hugo Banzer e Evo Morales formava em décadas, tanto que se classificou para a copa de 1994, no final das contas. Ter perdido por 2x0 para aquele bom time da Bolívia em casa não devia ser um desastre de grandes proporções. Mas foi, porque era simplesmente a primeira derrota da história da seleção brasileira em um jogo de eliminatórias. E esta derrota passou, para o bem e para o mal, por sob as pernas do goleiro Taffarel, que defendeu um penalty, enroscando a bola entre suas pernas, e levou dois gols por baixo delas, o primeiro, um frangaço de proporções homéricas. Parreira foi questionado, a pressão sobre o time era enorme e a coisa quase desandou. Dois meses depois, contudo, a história seria outra.
Rio de Janeiro, setembro de 1993 - A última partida do grupo do Brasil nas eliminatórias para a Copa de 1994 aconteceu no Maracanã. A Bolívia já estava classificada e Brasil e Uruguai tinham chances ainda. Os uruguaios trouxeram na bagagem o velho fantasma de Ghiggia para apavorar os brasileiros. Mas a seleção tinha uma última carta na manga, carta essa enfiada - literalmente - goela abaixo do treinador: o baixinho Romário, que ainda no início das eliminatórias se indispusera com Parreira e fora por ele barrado. Só que ele, o baixinho, estava no auge da forma e o clamor popular foi tão grande pela sua convocação, e a partida final prometia ser de tal dramaticidade e dificuldade que Parreira não teve escolha. O que se viu naquele 19 de setembro no Maracanã, contudo, não poderia estar escrito em livro algum. De um lado, um Uruguai apático e visivelmente apavorado. Do outro, uma seleção disposta a dar uma aula de futebol, capitaneada por um atacante em um dia mágico. Foram apenas dois gols - o segundo, uma pintura de arrancada, em que o bom goleiro Siboldi viu-se vergonhosamente vencido - e foi pouco. Romário ganhou aquele jogo para o Brasil, classificou a seleção para a Copa, carimbou seu próprio passaporte e o resto é história.
5 comentários:
Conta depois a história do Brasil e Chile, do autoincidente do goleiro Rojas, aquele do São Paulo.
Mais uma parte da história da nossa seleção postada pelo Grande Mestre dos "Escudinhos"! Essa foi na minha opinião uma das mais bonitas camisas da seleção boliviana, que além da camisa, possuía um elenco diferenciado dos meros coadjuvantes do passado.
O carismático Echeverry, apelidado por eles de "El Diablo", surpreendeu a todos com seu futebol de habilidade e raça, sendo um dos responsáveis pela classificação boliviana para a Copa de 94.
O Kit da seleção brasileira ficou perfeito com o desenho dos relevos por toda camisa. Já o Uruguai, deve ter sido bem mais complicado para montar, devido todos aqueles detalhes. Porém, ficou show de bola e imagino que após montado no acrílico com fundo preto, ficará um espetáculo!
Valeu Marcão, até 5ª-feira com mais uma postagem histórica sobre a nossa Seleção.
Abraços,
Gerson
Luciano, essa história de Brasil x Chile, eu já contei aqui no blog. Está em http://escudinhos.blogspot.com/2008/11/kits-chile-1990-uruguai-1995-e-paraguai.html
Gérson, esse botão do Uruguai deve ficar bonito com botão preto mesmo. Contudo, entre 94 e 94, se não me engano, os uruguaios usavam calções azuis mesmo. Foi a única época que tentaram uma mudança no uniforme titular. Depois voltaram - felizmente - aos calções e meias pretas.
Abs.
É isso mesmo Marcão... Vc tem razão, os Uruguaios realmente utilizaram calções azuis mais escuros neste período. Vou faze-los preto por minha conta e acho que vai ficar bacana. E por falar em cores, não sei se tem a ver com a qualidade da impressão(cartucho de tinta), o papel(sufite comum), ou o tipo de impressora que utilizo, mas o que está acontecendo é o seguinte: Vários times que montei e que possuíam a cor vermelha na camisa, após um tempo já no botão, estão manchando, ou seja, a tinta parece que borra e fica como se estivesse desbotado. Alguns exemplos foram o América-RJ, o Barueri-SP (o uniforme branco com detalhes vermelho), o Bangu-RJ(listrado em vermelho e branco), a Portuguesa-SP, etc. E olha que estou imprimindo à laser e colo nas lentes com fita dupla face, não utilizo cola branca como mtos aqui em S.Paulo o fazem.
Vc tem alguma dica de impressão... ou devo mudar o tipo de papel? O engraçado é que as outras cores não deram mtos problemas como vc mesmo viu nas fotos que lhe enviei!
Apesar de ser mais caro vou imprimir as seleções naquele papel plastificado mais resistente(acho que se chama papel "conchê" não tenho certeza) e fazer o teste pra ver se borra.
Mestre, abração!!!
Amanhã estarei de volta pra conferir as novas postagens...
Gerson
Gerson, a questão da impressão e das cores é complicadíssima. Eu trabalho com produção gráfica há anos e posso garantir a você que não existem duas impressoras, mesmo da mesma marca e modelo, com cartuchos novos e tudo, que façam impressões exatamente iguais. Tudo em impressão é tentativa e erro. Por exemplo, certas impressoras a laser coloridas fornecem tabelas de conversão de cor, para que o designer saiba colocar no vídeo, a cor exata que ele quer na impressão. Eu tenho essa tabela e já usei muito. Se eu fizesse meus botões com a rigidez da tabela, pode acreditar, os times vermelhos sairiam cor-de-rosa no vídeo e mesmo assim nada garantiria que na impressão, a coisa ia dar certo. A única coisa que eu posso fazer aqui no blog para facilitar a vida dos que imprimem é fazer as imagens usando o padrão CMYK, que as impressoras entendem melhor que o RGB. Fora isso, é tudo inútil.
No mais, meu conselho é usar sim, papel fotográfico ou couché. A impressão será sempre melhor.
Abs.
VP
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