sexta-feira, 11 de julho de 2008

E rola a pelota.

Caros amigos, leitores, torcedores e apaixonados por futebol, inicio hoje esta saga interminável com a intenção de divertí-los e levar ao lume um pouco das centenas de histórias interessantes que envolvem o velho e rude esporte bretão que eu guardo em minha memória (auxiliado, claro, pelos gugoles de plantão...).

Antes de mais nada, contudo, acho que vale um pequeno preâmbulo sobre o assunto que pretendo abordar. Para começar, queria me referir a um texto: este, sobre a falta de uma Rede Social de Futebol no Brasil.Pois bem, ela está sendo iniciada em vários lugares, com visões diferentes e complementares. Sites com dados históricos sobre futebol existem aos montes, sem contar, claro, as páginas oficiais dos clubes. Começam a bombar também comunidades de colecionadores, como a do excelente site Minhas Camisas, do Felipe Marx, de São Paulo. Paralelamente, muitos designers, há anos, já produzem um vasto acervo histórico sobre os uniformes dos clubes, contando inclusive com a participação de desenvolvedores criativos de uniformes ainda não usados - conhecidos popularmente como mocapeiros, do inglês mock-up (modelo) - sem falar nas incontáveis galerias fotográficas sobre futebol . Vários desses sítios podem ser percorridos aqui ao lado, no blogroll.

Minha humilde participação nessa rede vai tentar contemplar, entretanto, um aspecto pouco trabalhado nessa grande rede virtual de apaixonados: a questão das cores do futebol. E vejam, quando eu falo disso, não me refiro a tons de vermelho ou azul, ou pantones, ou padronagens. Falo da simbologia da coisa.

É que o torcedor e apaixonado costuma procurar na rede as informações sobre seus times de preferência. Muitos livros são escritos sobre agremiações em especial e sites e mais sites sobre times são criados. Mesmo nas páginas de designers, de escudos, de numerações e de uniformes, a tendência é isolar cada time, mesmo quando a coleção é enorme. Só que antes de mais nada, futebol é uma batalha entre duas equipes. E isso, apesar de óbvio, é visualmente esquecido, a não ser nas galerias de fotos. Historicamente, a questão das partidas em si é tratada muito mais estatisticamente que visualmente.

Para falar - e mostrar esse assunto - eu escolhi um tema que parece anacrônico nesses dias de Fifa Soccer, Winning Eleven e PES: o velho jogo de botões. Eu, que comecei minha "carreira" de desenhista gastando centenas de folhas semanais de papel ofício e hidrocores rabiscando escores de jogos, passei muito tempo reciclando meus botões antigos com adesivos feitos à mão, em intermináveis tardes de gazetamento de estudo. Tendo, há mais de dez anos, descoberto as maravilhas da diagramação eletrônica - e em especial, os programas vetoriais - transferir meu trabalho de colecionador de botões das caixas de sapato para as pastas no micro foi um pulo. O resultado desses anos de aperfeiçoamento será colocado neste site, junto com a habitual verve que meus leitores acompanham no Pirão Sem Dono há mais de cinco anos.

Somente uma coisa muda: no Pirão, eu falo de minhas paixões como elas são: paixões. Aqui no Escudinhos, os times dos quais eu falarei não serão exatamente, os pelos quais eu torço. Muitas vezes eu falarei de times pelos quais eu não nutro qualquer simpatia, pelo prazer de buscar duas coisas em especial: a propagação da gentileza, do fair play, do respeito e da honra dos grandes combatentes e a disseminação da idéia de que a parte inexiste sem sua contraparte. O que seria afinal, do Batman sem o Coringa? E do Superman sem Lex Luthor? Teria o Flamengo o tamanho que tem sem que houvesse o Vasco para enaltecer suas vitórias? Que dizer de rivalidades tão coloridas e ricas quanto entre Real Madrid e Barcelona, River Plate e Boca Juniors, Internacional e Grêmio, Atlético Mineiro e Cruzeiro? O que é um estádio repleto de apenas um time, uma cor, um lado da história, senão solidão e impossibilidade?

Este é o caminho que escolhi, portanto. O de tratar a rivalidade no campo que ela merece ser tratada: o do esporte e no limite das linhas. Meu trabalho será o de disponibilizar tanto para registro quanto para diversão e coleção cartelas de times de botão que representem kits de uniformes, grandes clássicos e jogos inesquecíveis. Também pretendo colocar no ar trabalhos vetorizados de numerações, marcas de fabricantes e escudos que não estejam disponíveis na rede ou melhorados por mim, sempre, é claro, com o devido crédito, que essa sempre foi minha atitude nesses cinco anos.

E no mais, o que eu posso dizer é: sejam todos muito bem-vindos ao Escudinhos.

Um comentário:

Carol disse...

Todo o sucesso do mundo, brou.
Vc merece.
=)
Bjs da sis.