Aqui neste blog eu já prestei homenagem a
vários clubes pelos quais não torço. Os últimos
campeões brasileiros, por exemplo. E
tantos outros times. Não é comum encontrar isso por aí, eu sei. Nem na imprensa. Conheço torcedores que são mesmo incapazes de dar sinceros parabéns a um co-irmão vitorioso. Eu entendo, é mais forte que eles. Alguns, depois de lerem isso, não se aguentarão e aparecerão com suas piadas aqui nos meus
comments, posso apostar. De qualquer modo, depois de tanto falar dos times dos outros, hoje eu peço licença aos meus leitores para falar um pouco do meu time.
A Copa do Brasil era um espinho na garganta do
Vasco da Gama. Foram muitas desilusões nessas vinte e três edições. Mortes na praia, eliminações em semi-finais, eliminações por times frágílimos como Baraúnas ou Gama e uma dolorosa derrota na final de 2006 para o maior rival, em um jogo que a principal figura foi Renato Portaluppi, um bom técnico que, contudo, nunca entendeu o espírito do clube da colina. Na noite da quarta-feira passada, entretanto, o Vasco recuperou algo que há muito perdera, em anos e anos de desmandos que, embora tenham dado alguns dos mais importantes títulos da história do clube, custaram a ele muito mais do que trouxeram. O Vasco passou a ser algo que nunca tinha sido antes: um time antipático, execrável, rejeitado, antidemocrático, demonizado. O título da Copa do Brasil de 2011 devolveu ao Vasco mais do que o tempo de oito ou onze anos sem título: devolveu-nos nossa essência, aquilo que nos define.
Os grandes times do Vasco nunca foram times de grandes estrelas, ainda que vários de seus jogadores, como Roberto, Edmundo e Romário, tenham sido exatamente isso. Mas os grandes times do Vasco foram times de homens, homens simples e batalhadores e o Vasco nunca precisou de mais do que isso. O Vasco campeão de 2011 é feito de jogadores cumpridores e só. Um goleiro firme, uma defesa sólida, um meio campo criativo, um ataque trombador e insistente. Sem grandes magias, sem grandes malabarismos. Um tanto de sorte, um tanto de cabeças batendo. Mas é um time, um grupo, uma equipe e teve um comandante humilde, íntegro e altivo que, sem nunca ter estado no Vasco, ensinou aos jogadores o que era o espírito do clube, sua mística e sua identidade. Os torcedores do Vasco nunca pediram mais do que isso. E nesta semana foram premiados por sua perseverança, por seu amor e carinho a esta camisa que é uma das mais honradas e gloriosas do futebol brasileiro. Nada tira isso do Vasco. Nem o tempo, nem as piadas dos adversários, nem os desmandos de um ou outro dirigente. O Vasco da Gama é do tamanho do amor dos seus torcedores: Imenso.

Os mais importantes jogadores da campanha vitoriosa da Copa do Brasil de 2011: 1-Fernando Prass; 12-Alessandro; 35-Allan; 26-Dedé; 25-Anderson Martins; 33-Ramon; 6-Felipe; 37-Rômulo; 7-Éder Luís; 8-Eduardo Costa; 9-Alecsandro; 10-Diego Souza; 31-Bernardo; 18-Jumar; 21-Felipe Bastos; 23-Fagner e 39-Élton.
E agora um presente para os leitores. A Copa do Brasil é disputada desde 1989. Todos aí lembram como foram as 23 finais?
Copas do Brasil - de 1989 a 2011