sábado, 11 de junho de 2011

Especial: Copa do Brasil 2011

Aqui neste blog eu já prestei homenagem a vários clubes pelos quais não torço. Os últimos campeões brasileiros, por exemplo. E tantos outros times. Não é comum encontrar isso por aí, eu sei. Nem na imprensa. Conheço torcedores que são mesmo incapazes de dar sinceros parabéns a um co-irmão vitorioso. Eu entendo, é mais forte que eles. Alguns, depois de lerem isso, não se aguentarão e aparecerão com suas piadas aqui nos meus comments, posso apostar. De qualquer modo, depois de tanto falar dos times dos outros, hoje eu peço licença aos meus leitores para falar um pouco do meu time.

A Copa do Brasil era um espinho na garganta do Vasco da Gama. Foram muitas desilusões nessas vinte e três edições. Mortes na praia, eliminações em semi-finais, eliminações por times frágílimos como Baraúnas ou Gama e uma dolorosa derrota na final de 2006 para o maior rival, em um jogo que a principal figura foi Renato Portaluppi, um bom técnico que, contudo, nunca entendeu o espírito do clube da colina. Na noite da quarta-feira passada, entretanto, o Vasco recuperou algo que há muito perdera, em anos e anos de desmandos que, embora tenham dado alguns dos mais importantes títulos da história do clube, custaram a ele muito mais do que trouxeram. O Vasco passou a ser algo que nunca tinha sido antes: um time antipático, execrável, rejeitado, antidemocrático, demonizado. O título da Copa do Brasil de 2011 devolveu ao Vasco mais do que o tempo de oito ou onze anos sem título: devolveu-nos nossa essência, aquilo que nos define.

Os grandes times do Vasco nunca foram times de grandes estrelas, ainda que vários de seus jogadores, como Roberto, Edmundo e Romário, tenham sido exatamente isso. Mas os grandes times do Vasco foram times de homens, homens simples e batalhadores e o Vasco nunca precisou de mais do que isso. O Vasco campeão de 2011 é feito de jogadores cumpridores e só. Um goleiro firme, uma defesa sólida, um meio campo criativo, um ataque trombador e insistente. Sem grandes magias, sem grandes malabarismos. Um tanto de sorte, um tanto de cabeças batendo. Mas é um time, um grupo, uma equipe e teve um comandante humilde, íntegro e altivo que, sem nunca ter estado no Vasco, ensinou aos jogadores o que era o espírito do clube, sua mística e sua identidade. Os torcedores do Vasco nunca pediram mais do que isso. E nesta semana foram premiados por sua perseverança, por seu amor e carinho a esta camisa que é uma das mais honradas e gloriosas do futebol brasileiro. Nada tira isso do Vasco. Nem o tempo, nem as piadas dos adversários, nem os desmandos de um ou outro dirigente. O Vasco da Gama é do tamanho do amor dos seus torcedores: Imenso.


 
Os mais importantes jogadores da campanha vitoriosa da Copa do Brasil de 2011: 1-Fernando Prass; 12-Alessandro; 35-Allan; 26-Dedé; 25-Anderson Martins; 33-Ramon; 6-Felipe; 37-Rômulo; 7-Éder Luís; 8-Eduardo Costa; 9-Alecsandro; 10-Diego Souza; 31-Bernardo; 18-Jumar; 21-Felipe Bastos; 23-Fagner e 39-Élton.

E agora um presente para os leitores. A Copa do Brasil é disputada desde 1989. Todos aí lembram como foram as 23 finais?

Copas do Brasil - de 1989 a 2011




 









 



 
 



 

 
 


6 comentários:

Mário Júnior disse...

Muito bom relembrar todos os finalistas e jogos finais.

Parabéns. :)

Mário Júnior disse...

Baraúnas foi aquele do Sérgio Ramalho, que eliminou o Vasco em São Januário, né?

Teve o 15 de Campo Bom também.

O Vasco, realmente, sofreu muito até voltar a conquistar um título nacional, mas foi merecido.

Concordo que é um time de jogadores cumpridores, diferente dos esquadrões de Ademir, Roberto, Romário, Edmundo, Juninho... mas isso aconteceu não por que o Vasco deixou de ser grande, mas por conta de uma conta grande que o senhor Eurico Miranda deixou na conta do clube.

Agora, com essa Libertadores no planejamento, investidores virão, reforços virão, e o Vasco tem tudo pra retomar o caminho das vitórias. Espero que o Vasco cresça com esse título como o Fluminense e o Santos cresceram, após vencerem as Copas do Brasil de 2007 e 2010, respectivamente.

Mas não sou vascaíno, sou são-paulino, viu.

Sorte pra teu time! ;)

MarcosVP disse...

Eu sabia que tinha esquecido um vexame: era justamente o XV de Campo Bom. Bem lembrado, Mário.

A propósito, na terra da garoa eu também prefiro o São Paulo.

Abs.

Mário Júnior disse...

Teve contra o CSA em 92 também... enfim, se procurar, todos os times tem seus vexames. O São Paulo nunca ganhou Copa do Brasil e já participou de pelo menos umas 15.

A eliminação contra o Gama, em 2007, que você inclui, só aconteceu por que o Vasco começou a tratar o gol 1000 de Romário como mais importante que as competições: aí perdeu Copa do Brasil pro Gama e Carioca pro Botafogo, mesmo tendo um time melhor que os adversários.

Outras derrotas em que o Vasco tinha time melhor: 99 para o Goiás e 2000 para o Fluminense. Era um super-Vasco que não viveu bons primeiros semestres.

Eu simpatizo com o Vasco muito por conta da luta contra o racismo, da profissionalização do esporte, do título de 1948 sobre o River do Di Stéfano... o Vasco nunca foi pequeno, tem a quinta maior torcida do país. Quem apequenou o Vasco foi o seu penúltimo Presidente, que ao invés de servir ao clube se serviu do Vasco para fins pessoais.

Espero, sinceramente, que o grupo dele não volte.

Abraço, Marcos.

J. Sandes disse...

Parabéns Marcos pelo merecido título (apesar de torcer para o Coritiba na final, como bom rubro-negro) e pela síntese histórica que vc fez. Clubes como o Vasco, merecem sempre estar entre os cabeças conquistando títulos, para que a rivalidade seja renovada, não por violência e animosidades, mas por grandes jogos e espirito de esportivo. Pela sua História, o Vasco merece comemorar essa conquista, mas se o Fla estiver pela frente, dá-lhe Mengo!!! Grande Abraço!!!!

Mário Júnior disse...

E a Copa América vem aí... :)

Sempre que eu vejo em seu blog lembro do programa Loucos por Futebol da ESPN Brasil. :p