
Dois dias já se foram nestas empolgantes oitavas-de-final, depois de uma modorrenta fase de grupos. Os quatro jogos foram excelentes. A celeste olímpica mostrou raça para vencer os lépidos coreanos, comovendo toda a melancólica República Oriental do Uruguai que não via nada semelhante desde 1970. Os determinados ganenses destruíram pela segunda copa seguida, a esperança dos americanos de avançarem como em 2002. Os rápidos alemães envolveram e esfolaram os indolentes britânicos, que fizeram uma péssima copa mas, pelo menos, pagaram uma dívida histórica com o futebol - sim, aquele não-gol de Hurst em 1966 foi descontado hoje da conta de Lampard. E por fim, os hermanos mostraram que vinho é mais forte que tequila e mandaram o bom time mexicano de volta para casa.
Sendo assim, dois jogos das quartas-de-final estão definidos, nesta copa que tem sido o túmulo dos critérios e das cores nacionais. A FIFA tem definido combinações de uniforme absurdas nesta copa, como por exemplo, a obrigação do Chile jogar todo de branco - como NUNCA antes - contra o Brasil. E se havia uma suspeita de que as seleções traziam peças com mais de duas cores nos uniformes, este jogo entre Argentina e México, em que o tradicionalíssimo uniforme
albicerúleo argentino foi absurdamente vilipendiado, mostrou que a Argentina simplesmente não tinha opção. Foi imposta aos argentinos a obrigação de um uniforme - reserva que fosse - que tivesse uma única cor, no caso, azul. Olhando ao redor, na verdade, somente a França usou efetivamente peças de três cores, no caso, as meias. O Brasil, em sua configuração de uniformes, pode jogar sem problemas todo de azul. A Sérvia não usou calções brancos, mas é possível que os tivesse, além dos azuis e vermelhos que utilizou. E a princípio, de todos os times, somente Camarões, Holanda e Espanha não tinham pelo menos um uniforme de uma única cor. O resto foi obrigado a ter, por mais estranhos que fossem, como a Alemanha, por exemplo, em que os calções foram claramente feitos para serem usados com as camisas e meias de cores alternadas.
Isto posto, vão aqui meus dois palpites para os primeiros dois jogos das quartas.
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Bom, o único critério que até o presente momento não falhou nessa copa foi: seleção mandante joga com a camisa titular. Isto posto,
Uruguai e Argentina jogarão com as celestes tradicionais. Contra o Uruguai,
Gana poderia vir sem problemas tanto de branco quanto de vermelho. Vou apostar no mais simples, com os africanos vindo com seu uniforme titular. Já em
Argentina x
Alemanha, a coisa é bem mais complicada. Vejamos... a Argentina podia perfeitamente vir com seu uniforme titular completo, com calções pretos e meias brancas. A Alemanha poderia vir tranquilamente com seu uniforme reserva em preto/branco/preto. Inclusive, foi assim que estas duas seleções se enfrentaram em um amistoso pouco antes da copa. Mas, levando em conta que o simples aqui nem sempre tem sido a tônica, eu creio que os comissários vão determinar que a argentina não use calções pretos, já que a Alemanha já tem preto no uniforme. E que, já que a Argentina não tem calções brancos, pelo visto, que combine os calções azuis com as meias azuis, como fez hoje contra o México. Nesse caso, a Alemanha vai ter que vir de calções e meias brancas. E poderia vir então, só com a camisa preta. Mas os árbitros possivelmente vão achar melhor que a Alemanha jogue toda de branco, em uma combinação que já fizeram contra a Argentina em 1966 e no Mundialito do Uruguai, em 1981. É minha aposta. E confesso que eu preferia estar redondamente enganado neste jogo, pois vai ser um dos momentos mais bizarros da história dos uniformes em copas.